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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  RFVZ Ter 18 Nov 2014 - 0:27

Após o novo acordo económico de direitos televisivos que triplicou o anterior (passou de $930 milhões para $2.7 biliões anuais, a partir da época  2016-17 e durante 9 anos) adivinham-se tempos complicados e turbulentos no seio da NBA e que podem alterar a ideia e a forma da que dela temos actualmente.
Este aspecto é de extrema importância para o futuro da Liga e mais do que relevante  para a nossa reflexão e opinião. Aliás já tinha sido aflorado  por outros membros.


As duas últimas renegociações do contracto colectivo da NBA já mostraram que os entendimentos não são fáceis e que afectam a própria competição (com 2 lockouts), mas a próxima negociação parece-me vir ainda a ser mais complicada.
Em primeiro lugar porque os valores monetários em jogo aumentaram significativamente, o que aumenta as expectativas de cada uma das partes. Em segundo lugar porque do lado dos jogadores a posição parece estar mais extremada, quer pelo seu representante quer pelas opiniões emitidas por alguns deles.
A representante dos jogadores (de todos ou só dos jogadores mais poderosos?), a Srª Michele Roberts, que foi eleita em Julho deste ano, realmente entrou com tudo. Segundo declarações suas, quer alterar quase tudo do anteriormente acordado. Os jogadores e os proprietários acordaram o novo contracto colectivo de trabalho em 2011, para 10 anos, mas que pode ser quebrado por alguma das partes em 2017. Pelos vistos a Srª Roberts não quer esperar até lá.
E assim, como quem entra “à canela do adversário” logo na primeira jogada de um desafio de futebol veio dizer que o tecto salarial era "incrivelmente anti-americano" e que o seu DNA era ofendido por isso. Expressou ainda que a divisão 50-50 das receitas entre proprietários e jogadores não era correcta porque "...não temos os proprietários a jogar metade dos jogos?".
A reacção não se fez esperar do outro lado e o comissário Adam Silver (pessoa que até à data se tem mostrado mais apaziguador com os jogadores que anteriores comissários) veio dizer que não podia discordar mais, que o sucesso da NBA se baseia no esforço colectivo de proprietários, milhares de funcionários e o talento dos jogadores, e que não existe um grupo que o possa realizar por conta própria.
Paralelamente a Srª Roberts quer associar a questão das lesões à redução do número de jogos, ou seja, quer que os jogadores joguem menos e recebam mais ! Como já disse o proprietário Michael Jordan onde se vai buscar o dinheiro?
Eu faço mesmo esta pergunta - Será que que ao reduzir o número e tempo de jogo os valores astronómicos dos direitos televisivos e comerciais se vão manter?
Há ainda outro aspecto que ainda não veio à discussão pública, mas que por declarações que fez, a representante dos jogadores já deu a entender. É contra a existência do draft.


Penso que esta estratégia seguida pelos jogadores, na personagem do seu representante, poderá ser arriscada para o futuro da Liga.
Um dos aspectos em que assenta o tremendo sucesso da NBA esta na sua competitividade. Ao colocar-se em causa alguns mecanismos estamos a mexer com essa competitividade. A existência de um tecto salarial é o instrumento para um maior equilíbrio na competição e uma maior racionalidade económica. Sem ele, as equipas dos mercados mais poderosos, poderiam contratar todos os principais jogadores o que desequilibraria continuamente a competição. Paralelamente haveria devaneios económicos na tentativa desenfreada de contratar, que poderia levar à falência alguma franquia (veja-se o caso de determinados desportos, como a F1, que tentam implementar controlo de custos para evitar falências e haver um maior equilíbrio competitivo).

O  tecto salarial foi implementado em 1984 e se houve coisa que aconteceu nestes 30 anos foi o crescimento exponencial da NBA. Não foi pelo tecto salarial, mas é minha impressão que ele contribuiu fortemente para isso. Como disse Adam Silver  "O sistema de tecto salarial serviu como base para o crescimento da liga e permitiu aos jogadores da NBA tornarem-se num dos grupos de atletas profissionais mais bem pagos do mundo."
Também o draft é um meio de tentar “reforçar” as equipas mais fracas, para que assim se tornem mais competitivas e não andem apenas a fazer número na competição. Sem ele provavelmente as franquias mais poderosas contratavam todos os jovens valores e lá tínhamos o mesmo problema.

Claro que a atitude da Srª Roberts pode apenas significar uma tomada de posição inicial, uma tentativa de definir já algumas regras do jogo, mas começa logo a jogar uma cartada alta e nestas coisa o mais relevante não é a forma como se entra, mas a forma como se sai.

Nunca será de mais recordar que em última instância todos beneficiam com o sucesso da NBA e que lutas internas podem comprometer esse sucesso e "matar a galinha dos ovos de ouro"!

Serve este tópico para darem a vossa opinião sobre este tema que afecta o futuro da Liga, deixando eu algumas questóes que podem servir de base à vossa intervenção.
Deve ou não acabar o tecto salarial?
O draft é ou não um bom meio de entrada de novos jogadores na Liga?
Qual a proporção de distribuição dos proveitos económicos?
Será que uma mudança do paradigma salarial na NBA não irá comprometer o sucesso alcançado nestes últimos 30 anos?

A julgar pela amostra, por questões essencialmente salariais, pode estar para mudar muito daquilo que nos habituamos a ver na NBA, dai que como amantes desta Liga devemos expressar as nossas ideias e dar a nossa opinião.
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Mensagem  Farripas Ter 18 Nov 2014 - 0:50

Penso que isto será apenas uma marcação de posição inicial, por parte da Srª Roberts. Não creio que ela mantenha esta posição, tão extremista, quando chegar a altura de negociar um novo CBA.

Só uma correcção, quando dizes que ela deu a entender que é contra o Draft, penso que estás errado (poderei estar eu, claro). O que li, e não foi o ela dar a entender, ela disse mesmo estas palavras, é que é contra a idade mínima no Draft. O Draft existe desde os anos 60, em todos os desportos americanos, não me parece que ela viesse dizer, ou dar a entender, que o Draft tem que acabar.

Em relação ao tecto salarial, eu acho que se deve manter e, na minha opinião, deveria ser um "Hard Cap" como na NHL e não um "Soft Cap" como é actualmente.
Na NHL, não se pode em circunstância alguma, ultrapassar o tecto salarial e com isso, existem trocas de jogadores que normalmente não existiriam. Isso, na minha opinião, torna tudo mais equilibrado. Imaginemos que se acaba o tecto salarial... Os Lakers, como o nome que têm e no marcado onde estão, poderiam pagar 40milhões por ano para ter LeBron, enquanto Cleveland, que se encontra num mercado pequeno, apenas poderia pagar 20. Seria injusto... Para quem não sabe, não existe "Salary Cap" na MLB e por isso é que os Yankees têm 27 titulos e a equipa em 2º lugar são os Cardinals com 11.
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Mensagem  RFVZ Ter 18 Nov 2014 - 1:12

Farripas escreveu:
Só uma correcção, quando dizes que ela deu a entender que é contra o Draft, penso que estás errado (poderei estar eu, claro). O que li, e não foi o ela dar a entender, ela disse mesmo estas palavras, é que é contra a idade mínima no Draft. O Draft existe desde os anos 60, em todos os desportos americanos, não me parece que ela viesse dizer, ou dar a entender, que o Draft tem que acabar.

Farripas, ela realmente disse que é contra a idade mínima no draft. Esse foi o aspecto em que ela se referiu textualmente. Contudo já a ouvi expressar em conversa informal televisiva que não via utilidade nenhuma para os jogadores em existir um draft. É esse aspecto que eu referi como dar a entender.

Em relação a acabar o draft não é uma ideia nova nem tão sui generis assim. Lembro-me que quando se reduziu o draft a duas rondas no final da década de 80 havia quem dissesse que seria uma transição até acabar. Posso-te dizer que um dos famosos que tambem referiu a ideia foi Magic (eu li essas palavras). E no início da década de 90 o tema foi ainda abordado e posteriormente abandonado. Contudo eu penso que esta corrente ainda existe e se a oportunidade aparecer...
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Mensagem  Farripas Ter 18 Nov 2014 - 1:15

Lamento então, pensei que te tivesse a referir à idade e tivesses cometido um erro. Erro meu Wink

Quanto ao acabar o Draft, não me parece que alguma vez aconteça. Como serão introduzidos os jovens jogadores vindos da universidade? Teríamos um próximo LeBron a ir para os Lakers e os Jazz a continuarem medíocres...
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Mensagem  RFVZ Ter 18 Nov 2014 - 1:25

Farripas escreveu:Lamento então, pensei que te tivesse a referir à idade e tivesses cometido um erro. Erro meu Wink

Quanto ao acabar o Draft, não me parece que alguma vez aconteça. Como serão introduzidos os jovens jogadores vindos da universidade? Teríamos um próximo LeBron a ir para os Lakers e os Jazz a continuarem medíocres...

Essas dos "Jazz a continuarem medíocres" foi um provocação! Smile

Também acho que o draft não vai acabar. Digo mais, espero que não acabe. É um factor fundamental para a rotativiade competitiva da NBA.

Acho que, mais cedo ou mais tarde, as regras vão ser alteradas, mas não acabar.
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Mensagem  Farripas Ter 18 Nov 2014 - 1:31

RFVZ escreveu:
Farripas escreveu:Lamento então, pensei que te tivesse a referir à idade e tivesses cometido um erro. Erro meu Wink

Quanto ao acabar o Draft, não me parece que alguma vez aconteça. Como serão introduzidos os jovens jogadores vindos da universidade? Teríamos um próximo LeBron a ir para os Lakers e os Jazz a continuarem medíocres...

Essas dos "Jazz a continuarem medíocres" foi um provocação! Smile

Também acho que o draft não vai acabar. Digo mais, espero que não acabe. É um factor fundamental para a rotativiade competitiva da NBA.

Acho que, mais cedo ou mais tarde, as regras vão ser alteradas, mas não acabar.

Ahah, confesso que foi uma pequena provocação Laughing Foi apenas para acentuar o meu ponto de vista, usando a tua equipa Laughing Os Jazz não são medíocres, medíocres são os Sixers.

Concordo com o que disseste e partilho a tua esperança em relação ao Draft. Sem o Draft, não teríamos um LeBron em Cleveland, um Carmelo em Denver.

Mudanças em relação às regras e questões salariais, que é a pergunta que fazes no titulo do Tópico... Sim, penso que o modelo será alterado, em relação a tectos salariais, não no que toca ao Draft.

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Mensagem  Groove Ter 18 Nov 2014 - 17:21

Fiz um pequeno resumo no tópico das lesões e aproveito para expressar mais abertamente a minha opinião aqui, já que o RFVZ tomou a liberdade de nos abrir este tópico para falarmos sobre este assunto tão delicado, e que nos vai proporcionar um grande debate devido as diversas opiniões entre nós.

Começo com uma resposta as questões do RFVZ:
Deve ou não acabar o tecto salarial?
Pessoalmente não. Sou da opinião de que ele pouco serve, pois grandes mercados como os LAL pode ultrapassar o CAP e atingir até o luxCAP pois tem dinheiro para fazer parte ás despesas. Mercados mais pequenos não têm essa hipótese e como tal não se podem permitir a tais luxos. Como exemplo temos os actuais NHP (Hornets até a duas temporadas) que estavam completamente endividados e que só não encerraram portas pois a NBA assumiu o comando da franquia enquanto esperavam comprador. Os LAL só com uma muito má gestão durante anos chegariam a uma situação similar.

Apesar do que referi, facto que o CAP serve para equilibrar um pouco as coisas e serve por exemplo para evitar que uns LAL contratem 5 ou 6 dos melhores da NBA e conquistem 10 anéis consecutivos enquanto os rivais se endividam.

Solução proposta por mim e que já mencionei algum tempo (creio que em algo relacionado com a publicidade nos equipamentos dos jogadores), seria não existir forma de ultrapassar o CAP. Ou seja se o CAP são 60M nenhuma franquia pode pagar mais que 60M em salários, sejam os LAL ou os pobres Raptors. No limite e para que a NBA pudesse beneficiar algo seria manter os 60M mas a partir de 50M as franquias pagavam multas x2 por cada 1M que excede-se esses 50M.

Devo referir que os números que menciono são fictícios e os valores teriam de ser alterados em reunião entre sindicatos e jogadores. Pessoalmente o CAP devia ser igual ou ligeiramente superior ao actual tendo em conta o aumento da receita televisiva.

Desta forma as equipas ficavam mais equilibradas, pois sem puderem ultrapassar o CAP seriam obrigadas a efectuar trocas e a ter imenso cuidado com as renovações de contracto (não sei porque acho que os jogadores não gostariam da minha ideia), ao bom nível da NHL como o Farripas referiu e bem a título de exemplo.

O draft é ou não um bom meio de entrada de novos jogadores na Liga?
Pessoalmente sim. É justo? Sim. O problema não está tanto no draft mas sim no pre draft. Os jogadores candidatos passam algum tempo em convívio, demonstrações, jogos etc por todo o pais. Aqui reside um problema. A forma de um atleta não é sempre a mesma e pode acontecer que alguém que deu frutos na faculdade chegue a esta fase em baixo de forma e como tal cai de rendimentos. Simultaneamente existe o inverso.

Também existem os jogadores que passam meio despercebidos na faculdade, mas que mais tarde despontam na NBA ( os Spurs são peritos nestas descobertas).

Muito resumidamente, o draft é um “tiro no escuro”…uma tentativa de adivinhar quem é o melhor para colher os frutos mais tarde.

Um problema que se passa no draft é que nenhum jogador pode ser recrutado se não passar previamente pelo draft. Eu alteraria apenas esta regra. Imaginamos um atleta que no basket espanhol numa pequena equipa demonstra uma qualidade monstruosa, mas com poucos recursos financeiros. Este jogador é descoberto (exemplo) pelos Bulls…porque o jogador em causa é obrigado a ir ao draft correndo os Bulls o risco deste agradar a uma franquia que tem uma pick antes da sua e recuse uma troca?

Acho que se o draft é obrigatório devia ser apenas para os universitários americanos, não afectando os jogadores profissionais noutros países.

Resumindo, acho o draft justo até para conhecermos os jogadores. No entanto partilho a opinião de que este devia sofrer uma revisão quando se trata de atletas já profissionais, especialmente estrangeiros.

Qual a proporção de distribuição dos proveitos económicos?
Este tema nunca terá bom senso. Ambos os lados querem a maior fatia (se possível todo). Neste tema levo o assunto para o meu caso particular. Se a organização onde trabalho tem um lucro de 500.000€ (era bom era) eu posso exigir uma percentagem desse lucro? Posso, agora se me dão já é outra conversa.

Qual é a diferença de mim para um jogador? Ambos somos trabalhadores mas temos funções diferentes. Enquanto eu contribuo para a legalidade e transparência da minha organização e consequente pagamento de impostos, salários etc, eles (os jogadores) proporcionam espectáculo para que possamos assistir.

Ao fim ao cabo os jogadores são os operários das fabricas…aqueles que fazem o trabalho mais duro para que todos tiremos os nossos rendimentos (eles inclusive), ou seja os nossos salários. Quem beneficia desse trabalho? As entidades patronais acima de tudo. Essas entidades partilham alguma coisa com os operários? Sim, os miseráveis salários, para que os possamos ir gastar a ver os “operários do desporto” a correr de um lado para o outro.

Comparando os dois casos eles são iguais a nós. São trabalhadores que prestam um serviço assim como nós prestamos o nosso e são pagos para isso. Então porque querem obrigar os patrões a partilhar os lucros com eles quando nós não podemos fazer o mesmo se queremos garantir o nosso posto de trabalho?

Não quero com isto parecer que estou a defender os patrões mas se comparamos os casos eles são claramente beneficiados, e ainda são muito bem pagos, enquanto nós…melhor não falar.

Os patrões por norma pagam o que acham que o funcionário merece e ponto final. A empresa pode ter biliões de lucros que os colaboradores não são aumentados por isso. Então por que carga de agua, os jogadores querem ter parte desses lucros, sendo eles trabalhadores como nós?

Agora vamos ver o outro lado da questão. Se eu fosse patrão e os meus colaboradores me dessem um lucro de 200.000€ ano, porque não dividir uma parte desse lucro com eles já que eles foram os responsáveis por ter atingido essa meta? Ficaria bem da minha parte e em troca ainda recebia mais vontade dos trabalhadores de produzirem ainda mais maximizando ainda mais esse lucro.

O que acontece na NBA é que não existe bom senso como mencionei no parágrafo anterior. Os patrões como em qualquer lado querem quanto mais melhor. Os atletas querem o mesmo e ninguém esta interessado em ceder. A razão? Um bando de ganacerosos (desculpem o termo), ricos que não se preocupam com os fans que muitas vezes passam mal e que mesmo assim continua a seguir as suas franquias e atletas favoritos ano após ano.

Os atletas e já no ultimo acordo do CBA surgiu essa proposta, querem a redução de jogos. Simultaneamente querem ganhar mais. Algo aqui não bate certo…eu se quero ganhar mais tenho de trabalhar mais horas, não reduzir os dias de trabalho. Os patrões como é obvio não tem qualquer interesse pois é uma quebra nas receitas e além disso ainda tem de pagar mais.

Uma coisa é certa, nenhuma parte vai ceder neste campo pois ambas querem retirar tudo que podem uma a outra. Se os jogadores alegam que é a sua imagem que faz entrar o dinheiro os patrões também pode alegar que se encerrarem as franquias a imagem deles não vale nada. Nenhuma das partes percebe que dependem uma da outra, e se isto não muda muitos problemas vão surgir no futuro.

Será que uma mudança do paradigma salarial na NBA não irá comprometer o sucesso alcançado nestes últimos 30 anos?

Eu acredito que sim. Nunca a guerra esteve tão acesa como agora. A gota de agua foi o aumento da receita televisiva.

O sucesso no futuro vai depender muito do que se decidir na próxima revisão do CBA, e já não falta assim tanto tempo. A vantagem dos jogadores encontra-se na mulher de armas que assumiu as funções de representante dos jogadores cujo currículo fala por si. Se os jogadores já iam a extremos quando a tema era dinheiro, agora esse tema esta mais vivo que nunca, chegando a levantar questões como o CAP, entre outras.

Neste momento, os jogadores tem uma vantagem que ainda não foi usada como ponto forte, quando o for vai balançar a balança para seu favor e isto pode custar caro a NBA. Falo das lesões. Se os jogadores se baterem firmes nesse facto vão ter de longe uma tremenda vantagem na negociação, pois se lesionados não jogam, os patrões também não ganham dinheiro.

O problema é que ninguém vê alterações que levaram a isto. A gravidade e aumento significativo de lesões não começou ah 30 anos atrás, é sim algo recente e como tal não pode estra relacionado com o facto de os atletas jogarem 82 jogos de 12minx4periodos, pois isto já existia antes e o número de leões era menor especialmente as graves. Alguma coisa outra, esta relacionada com isto e não será o numero de jogos. Talvez o actual estilo de jogo muito atlético e tremendamente explosivo para proporcionar espectáculo seja um dos factores senão o crucia para as lesões…quem sabe?

Acontece que os jogadores de elite tem uma imagem muito forte e curiosamente são eles quem levantam estas questões. Eu tinha uma solução para isto. Se acham que jogarem muitos minutos e muitos jogos é o problema e causa das muitas lesões, experimentem jogar 20min por jogo e deixem os “role-players” mais tempo em campo. Só que esta medida é má para as elites, pois estes “role-players” passam a ganhar mais imagem e isto não é benéfico para Kobe, CP3, Lebron e cia…ou seja para manterem o seu status tem de continuar a jogar os mesmos minutos, então porque não jogar os mesmos minutos, menos jogos por temporada se possível ganhando mais?

Os jogadores de topo que são em grande parte os responsáveis pelo nível e rendimentos que a NBA tem hoje, são os mesmos que podem arruinar a NBA no futuro. O dar demasiada atenção a estes jogadores a NBA ganhou muito dinheiro mas simultaneamente colocou-se nas mãos destes.

O que acho curioso, é que nem o sindicato de jogadores defendem aqueles jogadores meio esquecidos que quase não jogam e que um dia que ponham um ponto final na carreira, não tem dinheiro nem para comer. Os benefícios nunca são para estes atletas mas sim apenas para os principais.

Porque não os jogadores exigirem parte dos lucros devido aos direitos de imagem mas para aumentarem os salários daqueles role players que dão descanso às estrelas? Esta parte não interessa, aos top players.

Resumindo, apesar de deixar transparecer que estou a favor dos patrões na prática não estou a favor de uns nem de outros. Apenas acho que a divisão 50/50 é bom para ambos os lados mas simultaneamente o que mais me preocupa são os role players que quere exista aumento para os jogadores, quere não continuam a ser os que mais problemas vão ter no futuro a nível económico, e curiosamente é com eles que ninguém se preocupa. Estes jogadores dão descanso as estrelas, treinam todos os dias e se lhe pedirem para jogar 30min ele fazem-no, pois fazem o que gostam e é um prazer para eles terem a oportunidade de mostrar o seu talento e uma honra estar em campo ajudar os líderes das suas franquias, que apesar de talentosos e ricos são pessoas e precisam descansar.
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Mensagem  Farripas Ter 18 Nov 2014 - 22:56

Só discordo numa coisa, Groove. No resto, estou contigo a 100%.
No que toca aos estrangeiros, acho que estes devem passar pelo Draft também. E estes, não precisam de ser descobertos por ninguém... Eles candidatam-se ao Draft e todos têm as mesmas oportunidades para observá-los, parece-me que acaba por ser justo.

Sem isto, não teríamos o Gasol em Memphis, o Nowitzki em Dallas(apesar do Cuban ter vontade de gastar), Rubio em Minnesota etc.
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Mensagem  RFVZ Qua 19 Nov 2014 - 0:04

Na minha introdução inicial ao tópico já expressei ou deixei subentender a minha posição sobre as questões colocadas.
Contudo vou deixar uma opinião mais  directa sobre cada questão.

Em relação ao tecto salarial considero-o essencial para a NBA e sou também a favor de um "hard-cap". Não deve haver qualquer excepção pois a "luxury tax" não deixa de poder ser um expediente para os mais ricos contornarem o limite salarial.

Em relação ao draft penso que é a forma mais inteligente de entrada dos jogadores na Liga. Em primeiro lugar porque permite distribuir o potencial dos atletas de acordo com critérios que visam o equilibrio competitivo. Em segundo lugar, e não menos importante, permite um mediatismo aos futuros atletas que duvido que teriam se entrassem na liga de forma individual e separada no tempo. Todo o processo do draft, que culmina na noite das escolhas, cria um mediatismo que muito beneficia a liga e os jogadores mesmo antes de entrarem na competição.
Contudo penso que mais cedo ou mais tarde algumas regras do draft serão alteradas. E não me refiro à idade, refiro-me à ordem para a escolha. O abuso recente do "tanking" não tem sido benéfico para a imagem da NBA. O comissário já tentou este ano alterar as regras da lotaria, mas as suas propostas foram chumbadas na reunião dos proprietários (precisava de 23 votos e só teve 17). Mas as ideias estão em discussão e no futuro as alterações irão verificar-se. Penso também que é necessário encontar o equilibrio entre dar uma vantagem às equipas menos competitivas e desincentivar a "vontade" de perder.

Em relação à distribuição dos proveitos económicos estou maioritariamente de acordo com o expressado pelo Groove. Acrescento só uma coisa. Entre patrões e jogadores estão milhares de funcionários que não têm o protagonismo de uns ou outros mas também desempenham funções imprescindíveis ao desenrolar da competição. Para eles os números desta discussão devem ser obscenos!

Por último penso que se as posições se extremarem o sucesso alcançado nestes últimos 30 anos pode vir a ser afectado. Não convém continuar a abusar dos fãs e patrocinadores. Eles já sofreram com 2 "lockouts". Num futuro poderão não estar disponíveis para aceitar estas guerras de poder tão pacificamente e sem consequências!
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Mensagem  Groove Qua 19 Nov 2014 - 10:25

Farripas, não retiro a possibilidade de estrangeiros entrarem no draft, digo apenas que não devia ser obrigatório para eles. Ou seja após o draft uma franquia podia ir tranquilamente buscar um tal XPTO que jogo por exemplo em Espanha mas que não entrou no draft.

Ou seja, todos se podiam candidatar, mas não invalidava que alguém financeiramente debilitado que vive fora dos EUA mas que tem um talento fora do normal pudesse entrar na NBA caso fosse descoberto por exemplo na Europa.

Um reparo ao RFVZ. Uma coisa que deve mudar não no draft mas em especial na forma de negócio das franquias. Aquelas trocas que envolvem futuros draft’s com cláusulas de protecção até ao ano 2020 são de uma estupidez (peço desculpa pelo termo) tremenda. Isto faz com que as equipas de mercados pequenos passem a vida no draft vendo grandes talentos passar ao lado e mantendo a esperança que no ano em que essa cláusula estiver disponível exista um jovem talentoso. Isto faz com que equipas de mercados pequenos passem anos a ser sacos de pancada durante anos e anos e invalida a reconstrução fazendo com que jogadores essenciais se aborreçam da espera e peçam trade para franquias mais competitivas, inviabilizando ainda mais essa reconstrução.

Acabem com isto, metam um CAP intransponível e voltamos a ter uma NBA extremamente mais competitiva sem trios arrasadores e fundamentais para um titulo, obrigado a um trabalho ainda mais meticuloso e consequentemente ainda mais demorado. Não é a toa que os LAc passaram anos sem ir aos playoff e que franquias como os WAS para cada vez que vão aos playoff passam anos sem la porem os pés.
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Mensagem  RFVZ Qua 19 Nov 2014 - 10:48

Groove escreveu:
Um reparo ao RFVZ. Uma coisa que deve mudar não no draft mas em especial na forma de negócio das franquias. Aquelas trocas que envolvem futuros draft’s com cláusulas de protecção até ao ano 2020 são de uma estupidez (peço desculpa pelo termo) tremenda. Isto faz com que as equipas de mercados pequenos passem a vida no draft vendo grandes talentos passar ao lado e mantendo a esperança que no ano em que essa cláusula estiver disponível exista um jovem talentoso. Isto faz com que equipas de mercados pequenos passem anos a ser sacos de pancada durante anos e anos e invalida a reconstrução fazendo com que jogadores essenciais se aborreçam da espera e peçam trade para franquias mais competitivas, inviabilizando ainda mais essa reconstrução.

Groove, em tese eu concordo com a tua ideia, mas como referes isso são formas de negócio das franquias, logo implica o acordo de todas elas. Se existem negócios prejudiciais para determinadas franquias, esses negócios tiveram o seu acordo prévio. Claro que a NBA pode proibir essas clausulas, mas se são as próprias franquias a acordar o negócio?
Em relação ao draft eu mantenho a opinião que não se deve estimular tanto o desinteresse competitivo.
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  Groove Qua 19 Nov 2014 - 15:48

Ok, mas vejamos. Qual é o objectivo das pequenas franquias? Reconstruir-se e chegar ao playoff. Para isso aceitam tudo o que lhes da possibilidade de recrutar. A estratégia é a indicada? Sim, é a mais fiável? Não. E porque é aceite? Porque é permitida, e como tal existe um aproveitamento das franquias “grandes” sobre as pequenas.

As franquias em reconstrução em pequenos mercados não tem muito a perder e acabam por aceitar. Tente nos dias de hoje forçar os LAC a um negocio desses e vejam se eles aceitam. Mas até a não muitos anos aceitavam, não era? O que mudou? A sorte de lhe sair um B. Griffin, ou seja finalmente tinham um jogador demolidor a volta de quem podiam forma finalmente um equipa digna de playoff. Para tal arquitectaram um projecto que levou CP3 para LA e dai até aos dias de hoje foi um passinho.

Outra equipa muito usada nesse tipo de negócios foram os WAS. Era incrível como uma franquia sem nada para oferecer pagava salários milionários a Lewis (muito longe do seu auge) ou a Arenas. O que mudou nesta equipa passado vários anos? A sorte de lhe sair J. Wall. Um PG muito talentoso que a juntar a outros como Jordan Crawford e a veteranos como Ariza proporcionaram a franquia um negocio ariscado para o seu lado no qual receberam Nene que apesar de ter um contracto muito elevado, acabou por ser a peça que faltava para o funcionamento desta equipa. Com a chegada de Beal recentemente os WAS podem finalmente e passados tantos anos sonhar com algo no futuro.

Os Raptors são outra franquia similar. Por duas ocasiões podiam ter sonhado com um futuro radioso mas uma vez mais o peso da franquia era pouco para segurar os jovens talentos. VC e T-Mac deram esperanças aos adeptos, mas a sua rivalidade acabou com o sonho. Este voltara com C. Bosh, mas também foi sol de pouca dura. Uma vez mais tem esse sonho com Lowry, Derozan e cia…veremos se é desta.

Apenas deixo estes exemplos referentes a 3 franquias que hoje estão muito competitivas mas que passaram anos a serem sacos de pancada das outras e que anos após ano as víamos receber jogadores medianos/bons com vencimentos de estrelas e que no rolo ainda vinham apetrechados de pick protegidas nos anos seguintes.

Estou a ser injusto? Talvez, mas se querem a NBA a jogar de igual para igual, pois que se encontre forma de minimizar o impacto arrasador que as franquias situadas em mercados pequenos sofram quando confrontadas com as grandes.

Para um equilíbrio não basta um CAP máximo, é necessário também algumas limitações nos negócios a serem feitos.

Gosto sempre de recordar o veto feito pelo David Stern a quando a tentativa dos LAL em se livrarem do Gasol devido a incompetência do GM dos Lakers, que assinou com este um monstruoso contracto para alguém em fim de carreira e queria com isso ganhar CP3. Não fosse o caso dos NHH não terem um dono e os LAL tinham seguido a estratégia a muito adoptada pelos grandes mercados e livravam-se do problema que eles próprios arranjaram e levavam de brinde o provavelmente melhor PG do momento.

Este aproveitamento nunca poderá acabar é mesmo assim. Mas pode ser minimizado e é a NBA que tem esse poder.

Não seria mais interessante temos 10 franquias com fortes possibilidades de serem campeãs, em vez das habituais 2/3? Aumentava o espectáculo, as rivalidades voltavam e com elas o vibrar dos adeptos.

As estrelas estavam mais dispersas, o trabalho dos GM’s seria mais notável o que mostraria o seu profissionalismo, simultaneamente o trabalho dos treinadores seria ainda mais importante, pois em vez de criar uma estratégia para que os 3 ou 4 melhores finalizem, teriam de alargar o leque a mais elementos, apesar de terem sempre aquele 1 ou 2 elementos que estavam sempre em destaque. Isto tornava a NBA mais táctica e estratégica mantendo o espectáculo.

Os patrocínios continuavam apostar forte e o dinheiro continuava a entrar só que mais dividido apesar de ser sempre superior nos mercados maiores (algo natural).

Só a NBA pode mudar isto e torna-lo melhor. Mas os jogadores têm de saber que o negócio vai muito além da sua imagem. Como já alguém referiu, aqueles que limpam os balneários também são importantes, mas não vão ter partes nos lucros que os jogadores querem ter direito.
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Mensagem  RFVZ Qua 19 Nov 2014 - 18:19

Groove, estes temas quando abordados sob diversos prismas tornam-se quase debates filosóficos, mas para mim não deixam de ser interessantes e até instrutivos do ponto de vista do conhecimento da Liga.

Já anteriormente referi que as pequenas franquias, ou seja de pequenos mercados, não tem grande alternativa senão apostar maioritariamente no draft e definir uma estratégia a longo prazo. Não podem fazer o que as grandes franquias fazem, que é atrair grandes vedetas (com argumentos económicos e comerciais) via free-agency.
Mas esta estratégia exige grande capacidade e rigor e muitas delas não têm. Veja-se a diferença dos Spurs para muitas outras. É neste facto que eu imputo a culpa dos maus negócios a algumas franquias e não a determinadas regras.
E neste caso eu acho que as franquias pequenas em reconstrução têm muito a perder em aceitar determinados negócios. É como nas nossas vidas, quanto menos dinheiro temos, melhor temos de geri-lo e ponderar cuidadosamente o seu uso, pois as consequências de um mau uso são muito mais graves.

Os Clippers foram um exemplo de má gestão. Sempre estiveram num grande mercado, mas fizeram opções erradas. Não foi só a sorte de sair um B. Griffin, mas sim a escolha certa do B. Griffin. Quando em 1998 tiveram a first pick escolheram um tal de Michael Olowokandi, deixando passar jogadores como Vince Carter, Dirk nowitzki, Paul Pierce, o que teve consequências futuras. Quando no início dos anos 90 tinham uma equipa jovem e promissora (Danny Manning, Charles Smith, Ken Norman, Benoit Benjamin, Loy Vaugnht) tambem tomaram opções erradas e foi o que se viu.

Os Wizards também tiveram uma first pick em 2001 e escolheram Kwame Brown, deixando passar Pau Gasol, Joe Johnson, Tony Parker. Não foi só a sorte de sair John Wall, foi também saber escolhê-lo.

Pode existir um aproveitamento das franquias grandes sobre as pequenas, mas em parte é da responsabilidade destas pois na sua má gestão aceitam maus negócios.
Alguma das grandes franquias conseguiu iludir os Spus num mau negócio nos últimos anos? Claro que não pois os Spurs têm uma estratégia bem definida e não estão só à espera da sorte. E isto reflecte-se nos seus jogadores que não fogem para outros lugares. Tim Duncan disse que na sua carreira recebeu propostas de outras equipas (algumas até mais vantajosas financeiramente) mas que as recusou porque confiou sempre que a estratégia desportiva dos Spurs era melhor.

O oposto também é verdade. Há grandes franquias, com grandes meios, que de tão mal geridas são quase exploradas pelas outras (mesmo mais pequenas). Veja-se o caso dos Knicks e dos Bulls pós-Jordan.

Claro que haverá sempre diferenças e a bem da competição devemos tentar minimizá-las mas, por mais limitações que se ponham aos negócios, haverá sempre quem faça bons e maus negócios.
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Mensagem  Groove Qui 20 Nov 2014 - 11:09

Tens razão. Mas isto não invalida que a liga pense de uma vez o que quere ou deseja ser no futuro (da mesma forma que os Spurs fazem e muito bem já lá vão vários anos).

Em 2016 o sindicato dos jogadores vai fazer muito barulho e pelo que parece a Drª Michele não é conhecida por ceder. Ela pode ter dito aquilo tudo como forma de tomar uma posição firme, mas também pode ser os pontos principais sobre os quais se vai debruçar.

Uma coisa é certa a cobiça dos dois lados nunca esteve tão evidente como nas duas anteriores renegociações do contracto de trabalho. Quanto mais dinheiro envolvido mais cobiça. Quanto mais cobiça, mais pontos são levantados. O objectivo final é sempre o mesmo, ter a maior fatia do bolo.

A Dr.ª Michele está a ser inteligente. Se ele chegar lá e disser “60% da receita para os jogadores”. Automaticamente vai receber um NÃO. Mas se disser: “as minhas propostas são 1- 60% da receita para os jogadores. 2- Redução da época para 62 jogos. 3- Acabar com o CAP (para as estrelas ganharem mais). 4- Os jogadores passam a receber uma parte dos lucros do estacionamento”. A primeira reacção vai ser de incredibilidade pela parte dos patrões e logo depois: “epa, nós damos 60% da receita aos jogadores mas as outras opções não cedemos”. Balanço final a Dr.ª Michele ganha pois apenas queria a primeira opção, enquanto isso os patrões ficam todos contentes porque evitaram perder tudo.

Onde quero chegar. A Dr.ª Michele tem vontade de remodelar toda NBA, ou então quere apenas uma ou duas coisas. Para o conseguir dá a entender que tema intenção de alterar tudo. Os patrões para que não seja tudo alterado cedem em duas ou três coisas, precisamente aquilo que os jogadores queriam, o resto era um género de intimidação para que um fim fosse atingido.

O que se passa é que a NBA não sabe o que a Dr.ª Michele quere, e por isso deve antes de mais tomar uma decisão sobre o que eles querem para o futuro, para quando surja a renegociação terem pontos para discutir sobre o futuro da NBA, pontos esses que tem de ser atingidos e para tal tanto patrões como jogadores devem entrar em acordo mas sem alterar o que a própria NBA tem definido como metas atingir a médio/longo prazo.

Eu no lugar do comissário pretendia em traços gerais:
-Uma maior competitividade na liga (O CAP intransponível seria crucial para esse fim);
- Continuação da maximização dos lucros. Além do trabalho já realizado, começar apostar noutros mercados onde a NBA ainda não entrou e maximizar o empenho nos mercados onde já tem algum peso (Europa por exemplo);
- Levantar um estudo pormenorizado sobre possíveis problemas que afectam os jogadores, já que são eles a imagem que move todo o império NBA, principalmente o excesso de lesões dos últimos anos;
- Etc.

Depois de todos estes pontos esclarecidos, quando chegar a hora da negociação o comissário apenas tem de dizer: “os objectivos da NBA para tanto a nível de competição, segurança e bem estar, e continuação de maximização dos lucros são: bla, bla, blaba. Com estes objectivos em mente entrem em acordo mas os fins são aqueles e sempre que estas não forem atingidos, nós vamos intervir, pois os nossos objectivos visam a continuidade financeira da modalidade, e o bem estar dos nossos atletas, ao passo que o vosso problema é apenas a percentagem da receita.”

Temos que ser honestos, a NBA tem as próprias regras, todos os donos de franquias, atletas, GM’s e outros funcionários sabem que essas regras existem e que não podem ser ultrapassadas. Ambas as partes podem e devem entrar em acordo desde que não ultrapassem as regras impostas pela NBA. Se a NBA acabar as suas equipas valem 0 os jogadores valem 0. Por isso a NBA mais do que ninguém deve assumir o seu objectivo e sem que estes sejam ultrapassados patrões e jogadores devem chegar acordo.

Um ponto que devia ser revisto é o dos role players. É inadmissível que estes ganhem tão pouco tendo um carreira curta como as estrelas, estando dispostos a isso apenas porque gostam de jogar e estarem a cumprir um sonho. Estas renegociações nunca visam estes jogadores, nem os restantes funcionários que sem eles o espectáculo da NBA nunca seria possível.

Na minha opinião, acho que vamos ter novamente lockout.
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Mensagem  RFVZ Qui 20 Nov 2014 - 23:47

Também concordo que a Dr.ª Michele tem uma estratégia definida e que a está a implementar desde o momento em que assumiu a representação dos jogadores. E essa estratégia pode realmente passar por uma maximização de exigências para obter o pretendido.
Assim ao estilo da subida de preços de bens essenciais. Querem subir 8% mas sabem que a população não vai aceitar facialmente. Atira-se um valôr de 16%, toda a gente fica escandalizada e vêm dizer que tal valôr não tem sentido. Depois vão aparecendo outros valores até que quando chega o aumento de 8%, a população já "traumatizada" por valores bem mais altos aceita este como bom!

Groove, eu acho que o comissário Silver também tem a sensibilidade de definir um estratégia que como dizes tem de passar pelo bem comum em favor da NBA. O crédito dele junto dos jogadores aumentou fortemente com recentes atitudes que tomou (principalmente com o caso Sterling). Lá virá a altura em que esse crédito será útil.
No momento a estratégia dele tem passado por responder cirurgicamente a todas as exigências em forma de comentários da Dr.ª Michele, sempre num enquadramento global e exemplificando com os sucessos dos últimos 30 anos da NBA. Penso que esta estratégia destina-se mais à opinião pública e ao isolamento progressivo da Dr.ª Michele.

Esperemos para ver mas a possibilidade futura de um novo "lockout" tem de ser considerada.
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  Groove Sex 21 Nov 2014 - 11:28

Eu sou sincero. Independentemente da Dr.ª Michele estar apenas atirar tiros para o ar para criar um enorme escândalo de forma a conseguir apenas o que importa, ou seja mesmo com intenções de fazer todas essa alterações o lockout é algo que tenho como certo.

Digo isto com base nas últimas duas renegociações do contracto de trabalho. Nunca o factor $ esteve tão evidente. Mais do que nunca ambas as partes querem mais e mais. Curiosamente a receita a entrar é cada vez maior e nenhuma parte esta disposta a ceder.

Não basta-se o que referi, ainda temos as insinuação de alterações nas próprias regras da NBA como o caso do CAP. Esta guerra está atingir pontos fulcrais e a exceder aquilo que tem sido fundamental para a competitividade, organização e maximização dos lucros nos últimos 30 anos.

Desta vez os jogadores tem um trunfo na manga. O tema das lesões. Com os principais jogadores a unirem-se quanto a estas estarem relacionadas com a longa temporada de 82 + playoff. Se o sindicato dos jogadores aplicar bem este assunto vão ganhar muitas das batalhas na guerra que se avizinha. A unanimidade dos principais rostos da NBA sobre este tema torna-se uma arma muito poderosa a favor dos jogadores.

O curioso e volto a repetir-me, é que ninguém fala sobre o estilo de jogo de hoje estar a influenciar (talvez) o aumento de lesões, e apenas optarem por referir que isto se deve ao numero de jogos quando estes já no passado tinham esta duração com menos lesões.
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  RFVZ Dom 23 Nov 2014 - 17:25

Apesar de toda a determinação e capacidade da Drª Michele eu penso que a estratégia dela passa mesmo conseguir 1 ou 2 pontos que considera essenciais no meio daquelas exigências todas.

A argumentação dela dirigida em tantas direcções vai acabar por ser contraditória.
Começa com a questão da redução do número de jogos por época devido ao crescente números de lesões. Mas com menos jogos, menos receita, como exigir mais proveitos económicos para os jogadores?
Depois diz que é contra uma idade mínima para a entrada de jogadores na NBA, mas quando se estudar a fundo a questão do ponto de vista médico, vai entar na discussão a maior probabilidade de lesões em corpos mais precocemente submetidos a um desgaste físico.

A meu ver o facto dela "entrar com tudo" na discussão, em contraponto com a resposta defensiva da NBA e a ausência de reacção, para já, por parte dos proprietários, está relacionada com o facto dos jogadores serem os mais prejudicados com um lockout.
Se exemplo deixaram os dois últimos, o acordo alcançado foi mais à custa de cedências dos jogadores do que dos proprietários.
Os proprietários não são bilionários ocasionais. Para além das franquias têm outros negócios. Em lockout estão a perder dinheiro, mas têm a capacidade de aguentar a situação do ponto de vista financeiro até quase "estrangular" a maioria dos jogadores. São poucos os que aguentam semanas ou meses sem receber.
No último lockout 1 mês após a paragem muitos jogadores já dependiam de familiares, de amigos ou do sindicato para sobreviverem. Alguns foram jogar para o estrangeiro por quantias baixas. Só as grandes vedetas aguentaram. Daí que as divergêncais começaram a aparecer nos jogadores.

É esta realidade que a Drª Michele também sabe, daí começar bem cedo a "posicionar-se em campo" para ober um maior número de dividendos. O tempo não corre a favor dela. Num lockout pode perder em toda a linha, num acordo pode conseguir o agora impensável.
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Mensagem  Groove Seg 24 Nov 2014 - 12:31

Eu acho que o lockout vai resultar sempre a favor dos patrões. Os jogadores usam-no para pressionar os patrões mas na prática quem sai a perder são eles.

Os donos das franquias são grandes empresas ou cidadãos/empresários muito, muito ricos. Certo que todos perdem, mas os donos podem estar um ano sem retirar rendimentos, que continuarão ricos, já os jogadores não. O problema é que o sindicato dos jogadores defende os jogadores “ricos” (as estrelas), pois são eles que tem peso para fazer alterações. Vale mais uma palavra de Lebron ou Kobe que 20 G. Hill, ou 20 B. Bass. Logo o interesse acima de tudo é das estrelas. São eles os mais beneficiados em cado de aumento dos ganhos, são eles os mais beneficiados se reduzirem os jogos por temporada…são sempre eles que tem algo a ganhar. Por isso e como estão bem financeiramente, podem permitir-se a luxos de levar as negociações a um lockout, pois podem subsistir assim como os donos das franquias.

A maioria dos jogadores não tem essa sorte, uns porque ganham muito pouco, outros porque ganham relativamente bem mas são extravagantes e “esturram” tudo. Um bom exemplo de um rola player foi J. Lin em NY ao serviço dos Knics. Era um jogador normal, no banco a espera de oportunidade com um salário tão miserável que tinha de dormir numa casa quase sem privacidade e quase de favor, até que uma certa noite para poder dormir teve de ligar a um amigo que lhe desse abrigo, pois estava ocorrer uma festa na sua casa…isto é um jogador da NBA que nem dinheiro tem para alugar uma casa. Esta é a realidade para grande parte dos atletas. Mas este é o assunto encoberto nas noticias, pois é mais rentável falar-se nas noticias que Lebron esta a jogar mal que dizer que o seu companheiro de equipa que é usado como opção 12 no roster esta a passar por muitas dificuldades financeiras.

Casos como o de Lin são muitos. O deste foi falado devido ao grande jogo que mostrou apos aquela noite. Aquela noite abriu-lhe as portas e finalmente pode viver descansado financeiramente…mas até aquela noite iam 3 temporadas quase sem dinheiro, no entanto era jogador da NBA.

Na minha opinião o sindicato devia opor-se a estes casos, mas todos nós sabemos que o sindicato serve apenas o interesse das estrelas, e por essa razão seja qual for o método que usem para aumentar a receita, são sempre os mesmos a tirarem os lucros.

Só a título de exemplo, a ganancia de Kobe condiciona os LAL a reconstruir-se. Curioso, que Kobe ganha tanto e exige tanto dos companheiros de equipa, mas não abdicou de uma pequena parte do seu salario para ajudar os mais mal pagos do seu roster.

Agora digam-me se tenho ou não razão em ser um crítico dos sindicatos dos jogadores, apesar de também não ser a favor da ganancia dos patrões.
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  Farripas Seg 24 Nov 2014 - 12:44

Groove escreveu:Eu acho que o lockout vai resultar sempre a favor dos patrões. Os jogadores usam-no para pressionar os patrões mas na prática quem sai a perder são eles.

Os donos das franquias são grandes empresas ou cidadãos/empresários muito, muito ricos. Certo que todos perdem, mas os donos podem estar um ano sem retirar rendimentos, que continuarão ricos, já os jogadores não. O problema é que o sindicato dos jogadores defende os jogadores “ricos” (as estrelas), pois são eles que tem peso para fazer alterações. Vale mais uma palavra de Lebron ou Kobe que 20 G. Hill, ou 20 B. Bass. Logo o interesse acima de tudo é das estrelas. São eles os mais beneficiados em cado de aumento dos ganhos, são eles os mais beneficiados se reduzirem os jogos por temporada…são sempre eles que tem algo a ganhar. Por isso e como estão bem financeiramente, podem permitir-se a luxos de levar as negociações a um lockout, pois podem subsistir assim como os donos das franquias.

A maioria dos jogadores não tem essa sorte, uns porque ganham muito pouco, outros porque ganham relativamente bem mas são extravagantes e “esturram” tudo. Um bom exemplo de um rola player foi J. Lin em NY ao serviço dos Knics. Era um jogador normal, no banco a espera de oportunidade com um salário tão miserável que tinha de dormir numa casa quase sem privacidade e quase de favor, até que uma certa noite para poder dormir teve de ligar a um amigo que lhe desse abrigo, pois estava ocorrer uma festa na sua casa…isto é um jogador da NBA que nem dinheiro tem para alugar uma casa. Esta é a realidade para grande parte dos atletas. Mas este é o assunto encoberto nas noticias, pois é mais rentável falar-se nas noticias que Lebron esta a jogar mal que dizer que o seu companheiro de equipa que é usado como opção 12 no roster esta a passar por muitas dificuldades financeiras.

Casos como o de Lin são muitos. O deste foi falado devido ao grande jogo que mostrou apos aquela noite. Aquela noite abriu-lhe as portas e finalmente pode viver descansado financeiramente…mas até aquela noite iam 3 temporadas quase sem dinheiro, no entanto era jogador da NBA.

Na minha opinião o sindicato devia opor-se a estes casos, mas todos nós sabemos que o sindicato serve apenas o interesse das estrelas, e por essa razão seja qual for o método que usem para aumentar a receita, são sempre os mesmos a tirarem os lucros.

Só a título de exemplo, a ganancia de Kobe condiciona os LAL a reconstruir-se. Curioso, que Kobe ganha tanto e exige tanto dos companheiros de equipa, mas não abdicou de uma pequena parte do seu salario para ajudar os mais mal pagos do seu roster.

Agora digam-me se tenho ou não razão em ser um crítico dos sindicatos dos jogadores, apesar de também não ser a favor da ganancia dos patrões.

O problema dos sindicatos, e isto aplica-se a sindicatos dos trabalhadores em Portugal e não só (e isto é a minha opinião claro), é que são tão gananciosos como os patrões. A maioria das pessoas à frente de sindicatos, estão ali por eles mesmos.
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  RFVZ Dom 14 Dez 2014 - 0:47

Como neste tópico já referimos diversas vezes, actualmente muitas das regras contractuais da NBA são essenciais para uma maior igualdade na liga e consequentemente para maior competitividade. Referimos também que eventuais alterações só beneficiariam as grandes equipas.

Pois a entrevista à ESPN dos actuais proprietários dos Lakers (já referida no tópico do tanking) exemplifica, na primeira pessoa, essa realidade.
Jim Buss quando fala sobre a reconstrução dos Lakers mostra-se optimista no futuro dizendo: "No máximo em cinco anos teremos os Lakers de novo no topo. Como? Com uma maior flexibilidade ao limite salarial que tem de existir. Assim nos próximos anos poderemos atrair os melhores agentes libres do mercado".

Aqui fica realmente a prova da intenção das grandes equipas sobre as alterações que se adivinham na futura negociação do CBA.
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Mensagem  Groove Seg 15 Dez 2014 - 15:10

As franquias que se encontram em mercados grandes vão tentar espremer dólares até á ultima gota.

Do outro lado vamos ter as estrelas da NBA a fazerem o mesmo das franquias acima.

De fora da negociação ficam a maioria das franquias que se encontram em mercados pequenos/médios e a grande maioria dos jogadores.

Até do pessoal que trabalha tanto para a NBA como nos pavilhões que continuarão a ganhar o mesmo independentemente dos valores que entrarem na liga/franquias.

A palavra de uns donos dos CHI, BOS, LAL, NYK etc vale mais que a dos donos de franquias como os Bucks, ou OKC. Não devia ser assim, mas na prática é.
No caso dos jogadores é o mesmo, vale mais as palavras de Lebron, Kobe, D12 etc que de um K. Walker, Hinrich etc.

Basicamente é a elite das franquias versos a elite dos jogadores.

Para as franquias em grandes mercados, o “tanking” é uma benesse, pois graças a ele as pequenas franquias deixam sair vários jogadores em trocas “estupidas” que só beneficiam as de mercados grandes. Isto porque a incompetência dos GM de equipas “pequenas” é tremenda e aceitam qualquer coisa só pata teres escolhas no draft.
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Mensagem  Madré Seg 15 Dez 2014 - 15:38

Groove escreveu:Eu acho que o lockout vai resultar sempre a favor dos patrões. Os jogadores usam-no para pressionar os patrões mas na prática quem sai a perder são eles.

Os donos das franquias são grandes empresas ou cidadãos/empresários muito, muito ricos. Certo que todos perdem, mas os donos podem estar um ano sem retirar rendimentos, que continuarão ricos, já os jogadores não. O problema é que o sindicato dos jogadores defende os jogadores “ricos” (as estrelas), pois são eles que tem peso para fazer alterações. Vale mais uma palavra de Lebron ou Kobe que 20 G. Hill, ou 20 B. Bass. Logo o interesse acima de tudo é das estrelas. São eles os mais beneficiados em cado de aumento dos ganhos, são eles os mais beneficiados se reduzirem os jogos por temporada…são sempre eles que tem algo a ganhar. Por isso e como estão bem financeiramente, podem permitir-se a luxos de levar as negociações a um lockout, pois podem subsistir assim como os donos das franquias.

A maioria dos jogadores não tem essa sorte, uns porque ganham muito pouco, outros porque ganham relativamente bem mas são extravagantes e “esturram” tudo. Um bom exemplo de um rola player foi J. Lin em NY ao serviço dos Knics. Era um jogador normal, no banco a espera de oportunidade com um salário tão miserável que tinha de dormir numa casa quase sem privacidade e quase de favor, até que uma certa noite para poder dormir teve de ligar a um amigo que lhe desse abrigo, pois estava ocorrer uma festa na sua casa…isto é um jogador da NBA que nem dinheiro tem para alugar uma casa. Esta é a realidade para grande parte dos atletas. Mas este é o assunto encoberto nas noticias, pois é mais rentável falar-se nas noticias que Lebron esta a jogar mal que dizer que o seu companheiro de equipa que é usado como opção 12 no roster esta a passar por muitas dificuldades financeiras.

Casos como o de Lin são muitos. O deste foi falado devido ao grande jogo que mostrou apos aquela noite. Aquela noite abriu-lhe as portas e finalmente pode viver descansado financeiramente…mas até aquela noite iam 3 temporadas quase sem dinheiro, no entanto era jogador da NBA.

Na minha opinião o sindicato devia opor-se a estes casos, mas todos nós sabemos que o sindicato serve apenas o interesse das estrelas, e por essa razão seja qual for o método que usem para aumentar a receita, são sempre os mesmos a tirarem os lucros.

Só a título de exemplo, a ganancia de Kobe condiciona os LAL a reconstruir-se. Curioso, que Kobe ganha tanto e exige tanto dos companheiros de equipa, mas não abdicou de uma pequena parte do seu salario para ajudar os mais mal pagos do seu roster.

Agora digam-me se tenho ou não razão em ser um crítico dos sindicatos dos jogadores, apesar de também não ser a favor da ganancia dos patrões.

Groove: não fazia ideia desta realidade...

Obvio que sabia que existem jogadores que ganham muito menos que as grandes estrelas, mas eu tinha ideia que qualquer jogador da NBA ganhava muito bem, tinha ideia que eram todos ricos, mas em níveis completamente distintos... Podes alongar-te melhor sobre este assunto?? E explicar mais... Fiquei curioso...

Quanto à situação do Lin, desconhecia por completo.
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Mensagem  RFVZ Seg 15 Dez 2014 - 19:00

Madré escreveu:
Groove escreveu:

...A maioria dos jogadores não tem essa sorte, uns porque ganham muito pouco, outros porque ganham relativamente bem mas são extravagantes e “esturram” tudo.

Groove: não fazia ideia desta realidade...

Obvio que sabia que existem jogadores que ganham muito menos que as grandes estrelas, mas eu tinha ideia que qualquer jogador da NBA ganhava muito bem, tinha ideia que eram todos ricos, mas em níveis completamente distintos... Podes alongar-te melhor sobre este assunto?? E explicar mais... Fiquei curioso...

Desculpa lá Madré se me estou a intrometer, mas como também me interesso por este tema vou acrescentar algo que pode ser importante.

As situações de "lockout" são propícias a trazer para a praça pública muitos desses exemplos.

Cerca de 20 a 25% dos jogadores da NBA ganham menos de $1,000,000 por ano sendo que uma parte significativa ganha por volta dos $800.000. Podemos dizer que esses valores (em especial para a realidade portuguesa) não implicam qualquer dificuldade, mas no contexto americano e da NBA não é bem assim.

Em primeiro lugar muitos desses contractos não são garantidos (até uma determinada altura da época os jogadores podem ser despedidos) e não são constantes todos os anos.

Para além disso temos a realidade social dos jogadores da NBA.
Administrar o dinheiro correctamente sempre foi um desafio para a maioria dos jogadores da liga. São inúmeros os casos  de grandes nomes da NBA que ao longo dos anos desperdiçaram suas fortunas, sendo um dos maiores exemplos o de Antoine Walker (ex estrela dos Celtics nos anos 90 e 2000)  que em 2010 declarou falência após ter ganho na sua carreira cerca de $ 110 milhões em salários.

Uma parte significativa dos jogadores da NBA não sabe administrar correctamente o dinheiro, gastando-o de forma irresponsável em fugazes situações de luxo, maus investimentos, acompanhamento por pessoas erradas, responsabilidades sociais (obrigações de paternidade, indemnizações por escândalos sexuais)...
Se determinados jogadores que ganham fortunas chegam à falência imaginemos os que ganham os valores que referi inicialmente. E nestes incluem-se dezenas de rookies que lutam por um contracto (às vezes de 10 dias) e que entre o investimento que fazem na carreira e os custos diários o salário mal dá manter o sonho dia após dia.

Outro aspecto e que foge ao controlo dos jogadores é a tributação. Na remuneração de um jogador a localização da sua actividade também tem influência. Além do governo federal, nos EUA, alguns estados cobram impostos dos rendimentos dos jogadores, para além de que também podem ser tributados em jogos fora de casa de diferentes estados e cidades. Muitos dos valores que vemos são depois fortemente diminuídos por essa tributação.

Esta realidade é muito mais frequente do que se imagina, mas é de ser forma “escondida” para não manchar a imagem e a marca de um negócio de sucesso como a NBA.
No entanto várias medidas preventivas estão a ser tomadas, nomeadamente ao nível dos rookies. Muitos jogadores que nos últimos 3 anos entraram na Liga têm grande parte dos salários depositados em fundos, que durante alguns anos não podem ser mobilizados. Outros têm o salário controlado por familiares que lhe atribuem mensalmente uma espécie de fundo de maneio.

Esta realidade é bastante complexa e não é passível de ser completamente esclarecida num post dum fórum, mas aqui ficam algumas razões para este lado mais "escuro" da realidade económica de muitos jogadores da NBA.
Como já ouvi alguém dizer sobre este tema "Ser um jogador da NBA pode não significar uma vida de luxo, mas sim significar uma vida em constantes decisões financeiras."
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Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais? Empty Re: Será o modelo actual da NBA alterado por reivindicações salariais?

Mensagem  Groove Ter 16 Dez 2014 - 11:38

O RFVZ já disse tudo em traços gerais.

Para que o Madré perceba melhor. Nós somos educados de forma acreditar que os jogadores de futebol são ricos. E são, dentro das grandes equipas a sempre casos de jogadores mal pagos. Se levamos isto para a realidade portuguesa significa que nem todos os jogadores do Benfica, porto e Sporting tem salários elevados (independentemente de o gerirem bem ou mal).

Vamos pegar na 1ºliga…se fomos ver aquelas equipas que ano após ano lutam pela despromoção ou que andam habitualmente pelo meio da tabela pegam “mal” aos jogadores. Até podes dizer “ah mas 2000/3000/4000€ é muito” (muitos ganham muito menos que isso). Sim, é muito, pois nós ganhamos algures entre os 505€ (salário mínimo) e os 1200/1500€(já é muito bem pago se comparamos ao salário mínimo), o problema é que a carreira de jogador acaba aos 36 anos (mais coisa menos coisa), ao passo que outro trabalhador vai ganhar até atingir a reforma.

Ok, um jogador pode trabalhar depois de reformado…mas sabe fazer o que? Nada. Simplesmente sabe dar pontapés na bola. Resumindo, após a reforma tirando os grande jogadores dos principais clubes, que se foram “poupados” tem muito dinheiro para gastar enquanto forem vivos, os restantes terão um futuro triste do ponto de vista financeiro.

Conheço um caso pessoalmente, de um ex jogador do Benfica (jogou com o Eusebio), e que hoje ganha o salário mínimo e educou os filhos com baixos recursos financeiros mas “sobreviveu”…alguns nem esse salário minino conseguem ganhar (não divulguei o nome da pessoa em causa propositadamente)

O que acontece na NBA é a mesma coisa…nem todos são Lebron, Lobe ou Melo. Ah muitas realidades dentro da liga. O caso do Lin só surgiu porque era alguém sem valor na NBA e que uma noite por ironia do destino, quis Deus que jogasse a um nível como as estrelas…depois dessa noite vieram outras e só por isso a sua realidade foi contada. O que ganhava, como vivia e porque nunca um treinador tinha descoberto o seu talento…como era possível estar a 3anos (?) na NBA sem que ninguém tivesse visto a sua qualidade.

Por exemplo, quem são os jogadores que tens visto falar sobre:
- diminuição do numero de jogos p/ano;
- diminuição do tempo de jogo;
- 82 é muito e aumenta o numero de lesões (antes não se jogavam 82 com menos lesões e menos graves que hoje?);
- aumentos salarias;
- divisão da receita a favor dos jogadores;
- parte nos direitos televisivos (este assunto vai dar que falar);
- etc.

Leste alguma coisa sobre o Hinrich, o R. Jackson ou outro qualquer jogador de “menor” status falar sobre os pontos acima? Não pois, não?
Mas leste precisamente os pontos acima que saíram da boca de Lebron, Kobe e cia.

O sindicato protege os grandes jogadores, não os pequenos. Os pequenos quando o próximo contracto for reavaliado, vão dar a cara e aparecer a tentativa de ganharem para dos lucros etc, mas na realidade quem esta a mexer os pauzinhos são os grandes, só que nessa altura escondem-se atras dos pequenos, pois os pequenos são uma maioria. Os grandes escondem-se pois são os que mais ganham e como tal menos devem reclamar.

Os salários subiram muito na NBA é um facto. Agora compara os salários das estrelas dos anos 90 por exemplo com as actuais. A diferença é grande não é? Agora compra o dos jogadores de menos importância…o aumento é bem mais pequeno não é? Então quem tem sido sempre o mais beneficiado nos aumentos?

O problema aqui é que mesmo os mais mal pagos ganham uma fortuna, só que ao contrário das estrelas a sua fortuna desaparece rapidamente, pois os jogadores não sabem geri-la. A fortuna de um Kobe por exemplo é bem mais difícil de desaparecer porque é “incalculável”…esta é a única diferença.
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Mensagem  Groove Qua 17 Dez 2014 - 12:13

Com base no meu post aqui: http://www.nbaportugal.com/t942p25-lesoes-causas-consequencias-duracao-das-epocas

Queria saber se são da mesma opinião que eu. Será que os jogadores (as estrelas mais propriamente) estão aproveitar-se do aumento das lesões para “trabalharem” menos, enquanto tentam a todo o custo ver os seus rendimentos subirem?

Serão os jogadores egoístas ao ponto de aproveitarem o sofrimento de alguns para se fazerem valorizar como vitimas da NBA e do quanto são “explorados”?

Será que os jogadores tentam a todo o custo que a verdade seja esclarecida, pois isto ditaria a redução de minutos em jogo para diminuir as probabilidades de lesões e perderem assim protagonismo, que neste mundo anda de mãos dadas como dólares?

Serei o único acreditar que a reivindicação por parte do sindicato vai basear-se nas lesões, como a principal forma para fazer todas as reduções que beneficiam os atletas mantendo no entanto a guerra aberta (em segundo plano) quanto a partilha dos lucros?
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